quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

" O velho Garrrinchas "



"E o Garrinchas, diante daquele acolhimento cada vez mais cordial, não esteve com meias medidas: entrou, dirigiu-se ao altar, pegou na imagem e trouxe-a para junto da fogueira.
- Consoamos aqui os três - disse, com a pureza e a ironia dum patriarca. - A Senhora faz de quem é; o pequeno a mesma coisa; e eu, embora indigno, faço de S. José."

(in "Novos Contos da Montanha" Miguel Torga, Editora Coimbra)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Conserva da época...



Os Filetes de Presépio vão estar à boa mesa de muitas casas portuguesas... obrigado e bom proveito!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Rosa Ramalho...


"Deus Nosso Senhor fez o Homem de Figurado.
Para melhor se ver e melhor entender.

Não sêmos de fôrma nem de sobras e afagados.
Sêmos o seu Santíssimo Figurado.

Assim, temos veneta e feitio. E temos ignorância.
E havemos temor e destemor. E vergonha e desvergonha e sem vergonha.

Se eu rachar agora em duas, passa a meia hora e já não entendo a minha metade.
E figurar é pior. É aceitar o mando do barro.
É aceitar e agradecer, meninas, é aceitar e agradecer..."

(palavras de Rosa Ramalho, na abertura da 1ª aula de Cerâmica, em Curso Superior, recolha de António Quadros)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A contradição...















Para ilustrar aspectos deste caso mental e também encher as medidas desta nova categoria ou tema do pela estrada fora...

( imagem da obra de Jorge Barros e Soledade Martinho Costa, "Festas e Tradições Portuguesas", Círculo de Leitores)

Ai, se o senhor da mercearia ou a minha cabeleireira ousassem pensar numa coisa assim...

Isto de ter um blogue obriga a preencher e a organizar certas coisas, ele são campos para preencher ou não, informação a dar ou não, gosto disto, faço isto, leiam isto e por ai em diante.

O caso mental começa a questionar directamente a minha pessoa, eu que só desejava ter um meio eficaz e prático de contextualizar e promover o meu trabalho, para lá das quatro paredes e para lá dos limites geográficos onde a minha pessoa não estivesse.

Encaro-me com as ferramentas para muito mais, até ao ponto de o levar a apreciar as coisas pelas quais nutro admiração, e que directa ou indirectamente estão presentes não em mim mas nas mãos de quem está atrás deste blogue, que também tem intenções comerciais.



Ai, se o senhor da mercearia ou a minha cabeleireira ousassem pensar numa coisa assim...

Pela estrada fora...



Pela estrada fora... rasga-se o olhar daquilo que já quase não existe.

Distantes da globalização do presente ou do auto convencimento e ressurreição adulterada das melancolias revivalistas do interior, onde as coisas más, os preconceitos e a hipocrisia não são contabilizados, numa era muito distante pré ikea, telemóveis ou internet, fica o registo dos locais onde nos dias de hoje, é possível que ainda não tivesse chegado a estrada alcatroada ou a electricidade, mas com a agravante que na época mais distante, as incapacidades seriam muitas, de ordem até prática e nos dias de hoje, o motivo principal é bem possível que seja o esquecimento e o abandono.
Atrevo-me a dizer que “...o resto é mato...”, mas se assim é, foi porque alguém o quis!

(imagem da obra de Jorge Barros e Soledade Martinho Costa "Festas e Tradições Portuguesas, Círculo de Leitores)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A ver desfilar na Avenida...



A Doida Devoção faz-se sentir e para dar resposta à solicitação, há que exaltar os ânimos, o das pessoas e o dos bonecos, não basta dizer que se é santo.

Filetes de Atum em Pessoa



Especialmente indicados para acompanhar uma vinda a Portugal e uma ida ao Chiado, estas Pessoas teimam em manter-se imortais, até assim embalados.



"Filetes de Atum em Pessoa"
100 g

Mais Conservas - a pensar nas Festas Populares



Depois das férias do Sto António, da casa de fados e da companhia do galo de barcelos; mais uma edição para a colecção de conservas, desta vez "Essência de Sto António com cheirinho a Lisboa".



"Essência de Sto António com cheirinho a Lisboa"
Contém: sardinhas, manjericos, santo e menino, enfeites e brilhantes.
Local de Captura: Alto Mar
Quantidade: 750 g

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

" O Prazer da Leitura"



Como será, que uma pessoa deitada, com um cão a ladrar ao ouvido de outro senhor, com uma senhora muito forte que queria ser bailarina de circo, em cima, um gato com sorriso amarelo e a dupla oradora, de um gato bem vestido mais um rato sonolento, porque será que a menina deitada no chão se ri tanto???

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

"Chegar a Lisboa..."





Se tu fosses pequenina ou eu um gigante, havia de brincar contigo tal e qual uma cidade da Lego.

Ordenava um bocadinho as coisas, pintava-te aqui e ali e talvez também te arrumasse os carros.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"Santo Elevado a Turista!"



Dei férias ao Santo António, o mais popular de Lisboa, qual São Vicente qual quê, o santo que enche a Avenida todinha de música e cor, o mesmo que espalha o cheiro a sardinha pelos bairros, ora eu dei-lhe férias e mandei-o passear-se por Lisboa... que arejasse e se divertisse!
Ser Santo todo o santo dia, não deve ser fácil... fui encontrá-lo numa casa de fado, ele e mais o galo de barcelos, andavam a usufruir da cidade e a fazer uma coisa, que era ser gente.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Triângulos em Pessoa





Gordos e Magros, Altos e Raquíticos, Fortes e Enfezados, lá vão surgindo muitas Pessoas, dos triângulos obsoletos, fruto de andar às voltas com esta Pessoa, vista de vários ângulos e perspectivas.

"Ibis do Ibis"



Ao revisitar as famosas "Cartas a Ofélia" foi então que descobri o tamanho do coração de manteiga deste Pessoa, completamente derretido, o excerto que se segue é sem dúvida um dos meus preferidos.

"Amanhã, à 1 hora, passo pela tua casa, como está combinado. Creio que me conhecerás; mas é possível que eu passe disfarçado de vendedor de cautelas, ou de mão de vaca, ou de carroça por concertar. Não sei ainda.
Se tiver juízo, irei por meu pé. Se não tiver juízo, irei por meu juízo."


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Hoje há...

PRIMEIRO PRATO
Uma senhora com criança de colo e lencinho às bolinhas, dois velhotes que vão visitar os netos, ela curiosa e ele muito mal disposto, um garoto com uma bola no desafio ao cão sem dono, uma jovem que espera o namorado e ainda... um comboio descendente que nunca mais chega.


















SEGUNDO PRATO
Ratos e ratinhos à volta de um bom queijo.

SOBREMESA Um tanto indigesto, amargo e pesado mas muito útil.

navegar em terra...




Baseado no poema “Os Ratos”, escrito por Pessoa, em criança, para o jornal que o próprio concebeu, desdobrando-se em vários, para fingir os muitos colaboradores.
Pip assina “Os Ratos”.

a criança...



" No comboio descendente, vinha tudo à gargalhada..."

a propósito da exposição "De Pessoa para Pessoa"


Com a proposta na mesa e a matéria-prima dentro de um pacote, Pessoa começa a ganhar proporção, à medida que o desassossego e a inquietação imperam.
Começo às voltas com o assunto. - a figura, a personagem, as ideias, a consciência, o escritor, o amante, a criança, o homem capaz de ser muitos homens num só. A pessoa.
Junto todos os pontos, dou mais voltas e reúno tudo - representar com alguma ansiedade o homem onde cabe tudo e tudo surpreende, onde a vida é multiplicada com a capacidade do pensamento, onde não há matéria-prima, barro ou papel, suficiente para tanta Pessoa.

Conservantes e Corantes


Se há coisa que não falta, são os conservantes e os corantes, basta olhar para eles para ficar com essa sensação.

Que outros motivos levariam, estas seis figurinhas a sorrir tanto?

Então a crise? então a chuva? então o tempo de espera nos hospitais? então e o dinheirinho dos contribuintes a dar um jeitinho às falcatruas? Nada?

Assim felizes, escaparam os seis, prelinpinpim e a história chegou ao fim!

PRESÉPIO EM FILETES



PRODUTO: Presépio em Filetes
ORIGEM DA CAPTURA: Atlântico Norte
ORIGEM DO PROCESSAMENTO: Fábrica da "Conserva esta Ideia"
CONSERVAÇÃO: Em Azeite Natural
QUANTIDADE: 100g

" o que fizeram ao natal... malandros!"


Com o mercado debilitado e com a falta de liquidez e confiança a assombrar todos os cantos, a época natalícia deste ano resume-se ao essencial.

Conservas e todo o género de produtos enlatados, iguarias e essências dos quatro cantos do mundo, prevendo ainda uma edição gourmet e uns rebuçadinhos para acalmar a tosse de confiança!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A árvore manda dizer que está a preparar o Natal...



( ilustração do Grande Senhor Herói Ángel Boligán )

« o baú de noé »


O vento forte abanou a árvore e deu nisto...

« fabrico caseiro »



( pormenor do "Desculpa" de uma das peças da série com o mesmo nome, alusiva a uma sucessão mundial de muitas desculpas, entre a senhora da esquina, o homem do talho, o engravatado, o taxista, a recepcionista, o polícia, o mau encarado, o político, o desgraçado, a alcoviteira, aquela marca, o caixa de banco e por ai fora...)







aqui e agora...



( é verdade que com a impressora e o branquinho em rede, é bem mais fácil estar sempre perto )

A imagem é de um senhor herói chamado Boligán, a mensagem subliminar é só para ti... e o barco vai de saída, mas volta! Até ao cais de Alfama.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

"...a ESPERA no veterinário..."



( enquanto eu me deliciava, com a história e as ilustrações do Prado, não é que da árvore caíu esta fruta toda... do romance entre uma senhora de idade avançada e Tino, o papagaio dela.)

"Desvendar o caso"












Muito longe da abrangência e popularidade dos "heróis" a revisitar aqui e ali, quando e sempre, for cansativo falar à volta do eu.


Deixo-vos com as pitadas e os rabiscos, mais os trecos que teimam em aparecer cá em casa, frutos de uma árvore que existe no quintal e que não se chama salgueiro chorão!

A «arte por contrato»



Das inúmeras possibilidades para avançar pelo caso mental adentro, escolhida a imagem de destaque, daquele que é só, o mais amado artista da Ámerica, ( Oprah e Barack não contam) que insinuou enveredar por aquele que havia de ser considerado, um ramo menor da produção de imagens, a ilustração das mais de 300 capas para o Saturday Evening Post , que na opinião dos guardiães do templo do mundo institucional da arte, não podia ser considerado "arte".

(Cá para mim, o facto do Senhor trabalhar vs receber, não me parece nada estranho.)

"... o contexto de lucro em que Norman Rockwell trabalhou com tanto sucesso talvez faça dele o mais americano de todos os artistas, durante uma época que testemunhou e celebrou o primado do espírito empreendedor comercial americano."

À experiência...

Ando à que tempos para fazer isto, às voltas com o assunto e a tentar arranjar tempo, tanta expectativa resumida em três simples passos, para escancarar de uma vez por todas, com o que bem me apetecer ou não, das coisas e mais coisas, deste meu caso mental...